quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Pulp Fiction (1994)

Samuel L. Jackson, John Travolta, Harvey Keitel e Quentin Tarantino, em "Pulp Fiction"

Por Ivan Sílva

Bom, antes de começar a falar sobre o longa-metragem, que na minha opinião é um dos melhores de todos os tempos, quero deixar claro que está longe de mim ser um crítico de cinema ou coisa parecida. Quem sabe num futuro próximo, rsrs? Quero apenas deixar aqui minhas impressões, que são parecidas com aquelas que você geralmente tem depois de curtir aquele filme louco, que deixa sua boca repleta de pipoca babando. Meu nome é Ivan Sílva, 26 anos, músico, compositor, publicitário e apaixonado por cinema.

O filme é de 1994, dirigido pela lenda viva do cinema americano, Quentin Tarantino, e escrito por ele e Roger Avary. Estou me referindo a Pulp Fiction (Tempos de Violência, no Brasil). Eu sempre escutava meus amigos mais nerds comentando sobre ele, do quanto era sensacional. Bom, mesmo assim, ouvindo tantos elogios a essa grandiosa obra de Tarantino, eu só fui assistir ele no inicio de 2013. O resultado foi que passei o resto do ano com John Travolta, Samuel L. Jackson, Uma Thurman e Bruce Willis na minha cabeça. Aquele era o filme que sem dúvida eu nunca tinha visto igual e talvez nunca mais veria nada parecido.

Diferente da maioria dos filmes, dos quais você consegue distinguir o inicio, o meio e o fim, Pulp Fiction é uma sequência de cenas totalmente imprevisíveis colocadas em momentos inesperados, sem ordem cronológica, mas que no fim se encaixam perfeitamente. Tudo isso junto aos diálogos de humor negro extremamente divertidos e íntimos entre os personagens. Ao escutar John Travolta (Vincent) e Samuel L. Jackson (Jules), você se sente como se estivesse numa sala acompanhando a conversa deles por meio de uma câmera escondida. São personagens altamente violentos e dominadores, mas que ao mesmo tempo expõem escancaradamente suas fraquezas, suas crenças, seus gostos pessoais. Seria uma comédia violenta. Você ri e fica chocado, e aquilo vai preenchendo seu paladar como a mistura de queijo com goiabada.

Pelo roteiro espetacular, pela atuação singular de todos os atores e atrizes, sem excessão, pela direção fabulosa de Quentin Tarantino e por me fazer ficar meses com as cenas na cabeça, eu considero esse filme um dos melhores de todos os tempos. Uma obra-prima, sem sombra de dúvidas. Não foi por acaso que ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original.

...Vou parar de filosofar a falar sobre duas cenas que mexeram comigo:

A primeira é da dupla feroz Vincent e Jules. Eles estão em uma sala, se preparando para abater uma presa. Mas antes de matar, eles a torturam com seus discursos irônicos, metafóricos, matadores. Antes de rechear de balas o coitado à sua frente, Jules cita uma passagem bíblica...isso mesmo...uma passagem bíblica. Ezequiel 25:17: “O caminho do justo está cercado por todos os lados pela tirania dos perversos. Bendito é aquele que, em nome da caridade e da boa vontade, pastoreia os fracos pelo vale das trevas, pois ele é verdadeiramente o protetor dos seus irmãos e salvador dos filhos perdidos. E eu atacarei com grande vingança e raiva furiosa aqueles que tentam envenenar e destruir meus irmãos. E você saberá: meu nome é o Senhor quando minha vingança cair sobre ti!”.

Bem diferente da loira de Kill Bill, Uma Thurman, em Pulp, é uma morena charmosa, viciada em tudo que é possível cheirar e injetar, e namorada do gângster Marcellus (Ving Rhames). As cenas ao lado de John Travolta são muito hilárias. Formam um casal perfeito: bandidos, viciados, loucos e exímios dançarinos. Mas nada se compara à cena em que ela liga o rádio e começa a dançar ao som de “Girl, You’ll Be a WomanSoon", da banda americana Urge Overkill. É revigorante! É como se naquela música estivesse toda a essência do filme. Pelo o menos para mim.

Para finalizar, não poderia deixar de elogiar a trilha sonora do filme, que é surreal! Quentin Tarantino sabe perfeitamente escolher trilhas perfeitas para seus filmes. Acho que melhor que qualquer diretor. Como disse no inicio, Quentin é uma lenda vida! E Pulp Fiction é uma das muitas evidências disso!

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