terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Os Indomáveis (2007)

Russell Crowe na mira de Logan Lerman, em Os Indomáveis.

Por Ivan Sílva

Nada como assistir a um bom filme sobre o velho oeste norte-americano. As damas sempre estupidamente belas e sensualmente misteriosas, os mocinhos contra os bandidos sujos, os índios à procura de novos escalpos, os xerifes durões e os covardes. Sem falar das vilas, onde acontecem as batalhas sangrentas, os duelos...

Em diversos filmes Far West você já espera os velhos clichês de sempre. Costumo assistir vários em seqüência, e o fim de todos é, na maioria das vezes, previsível. Não que isso seja ruim! É a lógica dos filmes de velho oeste e ponto. É a receita de feijão, arroz e bife à milanesa que deixa todo mundo satisfeito.

Mas de vez em quando surgem certos condimentos como “Django Livre”... Ou outros, tipo “O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford”... E alguns eletrizantes e muito, mas muito 'triloucos' como “Os Indomáveis”. É desse último que eu quero falar...

O filme, remake do clássico de 1957, estreou em 2008, e conta com lendas no elenco como Russell Crowe, que interpreta o terrível Ben Wade, Christian Bale (Dan Evans) e o semideus PeterFonda (Byron McElroy), que nesse filme é coadjuvante, mas abençoa a trama com sua presença divina!

Dan é um fazendeiro que enfrenta sérias dificuldades financeiras, e corre o risco de perder sua propriedade por conta delas. Tudo que ele precisa é de apenas US$ 200 dólares... E um homem endividado é capaz de tudo, não é mesmo? Até de se oferecer para escoltar o perigoso e temido bandido Ben Wade, junto a um grupo, até o trem que o levará para a prisão e o enforcamento.

A partir daí, você não consegue mais desgrudar os olhos da tela. Deixa a cerveja e os petiscos de lado e fica com o queixo entre mãos, alucinado! Comigo foi assim, e não era efeito do álcool kkkk.

Você descobre o porquê de o filme se chamar Os Indomáveis. E o ditado popular de que “dois bicudos não se beijam” se torna uma lei. Pois bem, Russel Crowe e Christian Bale não se deixam intimidar um pelo outro. O bandido não quer ser preso, e o fazendeiro precisa dos seus dólares. O resultado dessa briga é uma trama repleta de cenas com muita ação, tentativas de chantagem, fugas, diálogos ácidos entre os personagens e a perseguição implacável do bando de Ben Wade ao grupo que escolta o bandido. O longa foi dirigido por James Mangold, e o roteiro espetacular é obra conjunta de Halsted Welles, Derek Haas e Michael Brandt.

A minha obsessão, desde que comecei este texto, era contar o final do filme ou deixar pelo o menos uma pista sobre ele. Mas isso seria um pecado mortal, com certeza. Se Ben Wade consegue ser preso, eu não sei. Muito menos posso afirmar se Dan Evans consegue seus estimados dólares. Só sei que é um dos finais mais surreais que eu já assisti em um filme do gênero. Realmente, de tirar o fôlego!

A Perseguição (2011)

Cena final  de "A Perseguição".

Filme com acidente aéreo? Ok, já vimos. Com acidente aéreo, na neve? Também já vimos. Com acidente aéreo, na neve e com uma enorme alcateia em volta, pronta para atacar o que estiver por perto? Talvez tenhamos visto alguns.

Dentre esses, "A Perseguição" (2011) se destaca pela ótima atuação do ator Liam Neeson no papel de John Ottway, um grande conhecedor e franco-atirador de lobos nas redondezas do Alasca. Ao longo do filme, John explica aos companheiros como se dá a organização no grupo canino, classificando o mais forte como alfa e o mais fraco como ômega, aquele que 'espiona' e 'mede' o quão perigoso é o grupo que será atacado. 

Com o acidente aéreo, sobreviventes feridos e muito fracos, "A Perseguição" se torna, de certa forma, previsível. Você fica pensando "quem será o próximo? hum, deve ser esse que não para de se lamentar". E assim se desenvolve: sobreviventes feridos, lobos atacando sobreviventes, gente morrendo e o filme termina com quem começara: John Ottway.

Assim como todos os seus companheiros, John foi ao Alasca para trabalhar e, assim, está milhares de quilômetros longe de sua família. Por isso, se lembra constantemente de sua amada, já falecida. Em meio a tantas mortes, a única coisa que lhe mantém vivo é a lembrança dos tempos bons ao lado dela.

Por fim, em vários momentos do filme, os personagens se vêm em conflito interno: onde está Deus? Não se trata de Deus existe ou não, mas sim da lei da sobrevivência, onde o mais "forte" ou mais "rápido" se salva. Então, a 'luta final' se dá entre o alfa do grupo dos homens contra o alfa do grupo dos lobos. Dada a situação, o mais provável é que John tenha perdido essa briga por estar fraco, debilitado, tentando sobreviver pela última vez; "Viver ou morrer neste dia", diz Ottway antes de ir ao encontro do lobo.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Pulp Fiction (1994)

Samuel L. Jackson, John Travolta, Harvey Keitel e Quentin Tarantino, em "Pulp Fiction"

Por Ivan Sílva

Bom, antes de começar a falar sobre o longa-metragem, que na minha opinião é um dos melhores de todos os tempos, quero deixar claro que está longe de mim ser um crítico de cinema ou coisa parecida. Quem sabe num futuro próximo, rsrs? Quero apenas deixar aqui minhas impressões, que são parecidas com aquelas que você geralmente tem depois de curtir aquele filme louco, que deixa sua boca repleta de pipoca babando. Meu nome é Ivan Sílva, 26 anos, músico, compositor, publicitário e apaixonado por cinema.

O filme é de 1994, dirigido pela lenda viva do cinema americano, Quentin Tarantino, e escrito por ele e Roger Avary. Estou me referindo a Pulp Fiction (Tempos de Violência, no Brasil). Eu sempre escutava meus amigos mais nerds comentando sobre ele, do quanto era sensacional. Bom, mesmo assim, ouvindo tantos elogios a essa grandiosa obra de Tarantino, eu só fui assistir ele no inicio de 2013. O resultado foi que passei o resto do ano com John Travolta, Samuel L. Jackson, Uma Thurman e Bruce Willis na minha cabeça. Aquele era o filme que sem dúvida eu nunca tinha visto igual e talvez nunca mais veria nada parecido.

Diferente da maioria dos filmes, dos quais você consegue distinguir o inicio, o meio e o fim, Pulp Fiction é uma sequência de cenas totalmente imprevisíveis colocadas em momentos inesperados, sem ordem cronológica, mas que no fim se encaixam perfeitamente. Tudo isso junto aos diálogos de humor negro extremamente divertidos e íntimos entre os personagens. Ao escutar John Travolta (Vincent) e Samuel L. Jackson (Jules), você se sente como se estivesse numa sala acompanhando a conversa deles por meio de uma câmera escondida. São personagens altamente violentos e dominadores, mas que ao mesmo tempo expõem escancaradamente suas fraquezas, suas crenças, seus gostos pessoais. Seria uma comédia violenta. Você ri e fica chocado, e aquilo vai preenchendo seu paladar como a mistura de queijo com goiabada.

Pelo roteiro espetacular, pela atuação singular de todos os atores e atrizes, sem excessão, pela direção fabulosa de Quentin Tarantino e por me fazer ficar meses com as cenas na cabeça, eu considero esse filme um dos melhores de todos os tempos. Uma obra-prima, sem sombra de dúvidas. Não foi por acaso que ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original.

...Vou parar de filosofar a falar sobre duas cenas que mexeram comigo:

A primeira é da dupla feroz Vincent e Jules. Eles estão em uma sala, se preparando para abater uma presa. Mas antes de matar, eles a torturam com seus discursos irônicos, metafóricos, matadores. Antes de rechear de balas o coitado à sua frente, Jules cita uma passagem bíblica...isso mesmo...uma passagem bíblica. Ezequiel 25:17: “O caminho do justo está cercado por todos os lados pela tirania dos perversos. Bendito é aquele que, em nome da caridade e da boa vontade, pastoreia os fracos pelo vale das trevas, pois ele é verdadeiramente o protetor dos seus irmãos e salvador dos filhos perdidos. E eu atacarei com grande vingança e raiva furiosa aqueles que tentam envenenar e destruir meus irmãos. E você saberá: meu nome é o Senhor quando minha vingança cair sobre ti!”.

Bem diferente da loira de Kill Bill, Uma Thurman, em Pulp, é uma morena charmosa, viciada em tudo que é possível cheirar e injetar, e namorada do gângster Marcellus (Ving Rhames). As cenas ao lado de John Travolta são muito hilárias. Formam um casal perfeito: bandidos, viciados, loucos e exímios dançarinos. Mas nada se compara à cena em que ela liga o rádio e começa a dançar ao som de “Girl, You’ll Be a WomanSoon", da banda americana Urge Overkill. É revigorante! É como se naquela música estivesse toda a essência do filme. Pelo o menos para mim.

Para finalizar, não poderia deixar de elogiar a trilha sonora do filme, que é surreal! Quentin Tarantino sabe perfeitamente escolher trilhas perfeitas para seus filmes. Acho que melhor que qualquer diretor. Como disse no inicio, Quentin é uma lenda vida! E Pulp Fiction é uma das muitas evidências disso!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Guardiões da Galáxia (2014)

Os Guardiões da Galáxia reunidos em uma missão.

Depois de vários sucessos de bilheteria, como "Homem de Ferro" (2008), "Capitão América: O primeiro vingador" (2011) e "Os Vingadores" (2012), eis que do universo Marvel surge uma aventura com super heróis nem tão super assim. O quinteto é formado pelo ladrão de relíquias Peter O'Quill (Chris Pratt), pela moça alienígena Gamora (Zoe Saldana), pelo brutamontes Drax (Dave Bautista), pelo esperto guaxinim Rocket e por sua fiel escudeira, a árvore humanoide Groot.

Diferente dos outros filmes, onde vemos heróis com superpoderes, em Guardiões da Galáxia, nenhum dos cinco guardiões exibe algum tipo de força sobrenatural, no máximo pitadas de pura malandragem (no caso de O'Quill). Para compensar, o longa tenta animar o público com momentos bem humorados, geralmente quando Rocket está bravo ou quando Groot é questionado de alguma forma e sua resposta é sempre a mesma "Eu sou Groot".

O ponto positivo é que, apesar das cenas de ações não serem tão bem elaboradas, a história não começa do nada (ainda criança, depois de ver a mãe no hospital em estado terminal, O'Quill é abduzido por uma nave espacial), ou seja, os fatos têm algum tipo de contexto. O ponto negativo é que nenhum dos personagens (humanos, é claro) é desafiado em sua respectiva interpretação, o que nivela a aventura espacial por baixo.

Por fim, como todo filme da Marvel que se preze, esse não poderia deixar de dar gancho para uma sequência. Depois de ser destruída em uma explosão, Groot é 'replantada' por Rocket. Bem no final do filme, a agora pequena árvore começa a renascer e isso indica uma possível próxima história para os Guardiões da Galáxia.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

A Menina Que Roubava Livros (2013)

A pequena Liesel pegando um dos poucos livros que restaram da pilha incendiada pelo exército nazista

Assim como 'O diário de Anne Frank', este sim é um ótimo filme com história paralela à Segunda Guerra Mundial e que faz menção à importância da leitura e da escrita para o crescimento humano.

O que a verídica Anne Frank tem em comum com a fictícia Liesel (Sophie Nélisse)? Tudo. Para começar o contexto histórico. Ambas viviam em lugares tomados pelo regime nazista, em meio à "grande guerra". Já deu para entender um pouco o título do filme, não é mesmo?

Analfabeta, a jovem Liesel aprendeu a escrever com o pai adotivo (Geoffrey Rush). Criou seu próprio dicionário, registrado nas paredes da singela casa.

Por que a menina roubava livros? Porque tinha sede de conhecimento. Tinha sede e os nazistas fecharam (queimaram) a "torneira". Então, ela foi junto à fonte ver se encontrava alguma "gota de saber" para enriquecer seu vocabulário, seu aprendizado.

Assim como tudo o que era proibido, a garotinha lia escondida. Foi vista em flagrante na biblioteca do prefeito da cidade. Liesel ia à casa apenas para entregar as roupas lavadas que sua mãe havia lavado, porém a primeira-dama admirou o gosto por leitura da pequena e lhe permitiu voltar outras vezes.

O que é pior? Roubar livros ou sonhos?

Em "A menina que roubava livros", o exército nazista queima uma grande pilha de livros, trazidos pelos habitantes da cidade. Se pensarmos bem, décadas se passaram e os governantes continuam queimando possibilidades - e a fumaça que sobe não deixa o povo enxergar um futuro mais digno. Os sonhos ainda são roubados e muitas vezes trocados por ilusão monetária que não traz nenhum desenvolvimento humano.

Que haja mais crianças e jovens como a menina que roubava livros, mas que construía o mundo que desejava dentro de si.

Lucy (2014)

Scarlett Johansson, em "Lucy".

Mais um filme (agora com mais ação) de Scarlett Johansson. Mais expectativas e mais frustrações também.

Se no bizarro "Under the skin", a loira era toda misteriosa e escolhia suas vítimas, em "Lucy", ela é uma estudante que, por engano(?), acaba se envolvendo com a máfia do tráfico de drogas, em Taiwan. Até aí, tudo bem (rsrs).

Refém dos traficantes, Lucy é forçada a levar uma substância recém criada, em seu estômago. São pequenas pedrinhas azuis, partículas que, ao entrar na corrente sanguínea, ativam regiões do cérebro não utilizadas pelo ser humano.

Depois de ser operada para colocação da droga em sua barriga e jogada num tipo de cela, um dos carcereiros tenta abusar dela (que está algemada à parede). Com a resistência da moça, antes de sair, o capanga chuta-a justamente na barriga (nuss!). Na hora, você pensa "Caraca, moleque! Agora, o côro come!". De começo, até come (rs). Ela consegue fugir de onde estava, em Taiwan.

Com a substância se dissolvendo aos poucos no organismo, os reflexos e a força mental de Lucy começam a aumentar. Ela, então, decide procurar um especialista na área (que no fim se faz totalmente desnecessário). Depois de vasculhar toda a grande rede, ela encontra o professor Samuel Norman (Morgan Freeman) e marca uma "reunião" com ele, para tentar entender o que está acontecendo e até onde pode ir sua capacidade mental, com a droga em seu corpo. Aliás, todos nós gostaríamos de saber.

O longa até tem uma mensagem, no mínimo, filosófica, já que aborda a capacidade mental do ser humano, o que poderíamos fazer se tivéssemos a "força máxima". Mas passam 30 minutos, 1 hora, 1 hora e meia e a única descoberta que fazemos é que o trailer deu uma de político em época de eleição: prometeu e não cumpriu. A ação e o "quebra-pau" que esperávamos ver, depois que ela obtivesse 100% da capacidade mental, não chegam nunca.

O lado bizarro fica por conta da promessa de Lucy ao professor Samuel. No final do filme, quando o doutor pede (ou pergunta) se ela poderia demonstrar o que aprendeu com a capacidade total de seus neurônios, ela o tranquiliza, dizendo que vai repassar todo o seu conhecimento em um computador. E como ela fez isso? Se prepare... mais um pouco... ok, estão prontos?

Ela se transforma em um PEN DRIVE (isso mesmo, garotinho). Sem mais.

domingo, 23 de novembro de 2014

Under The Skin (2014)

Scarlett Johansson, em "Under The Skin"

A beleza de Scarlett Johansson é algo que atrai olhares, chama a atenção de qualquer um. Mas não creio que seja tão bom conhecer o alienígena (Laura) que há "sob a pele" da loira, de olhos verdes, neste filme.

Vinda de não sei onde (não há qualquer informação sobre), Laura tem a missão de encontrar vítimas, homens, para um tipo de ritual assassino.

É assim:

- Ela sai pelas ruas das cidades, dirigindo um furgão (roubado, é claro), à procura de um homem (com cara de trouxa) e tenta lhe oferecer carona.
- Depois de minutos de conversa e um ar misterioso, convida a vítima para entrar em um local totalmente escuro.
- Com o rapaz, literalmente, comendo em sua mão, vai se despindo (revelando as curvas da bela atriz rs) e levando-o à um caminho sem volta.
- Trata-se de um grande buraco aquoso, onde são 'depositadas' as vítimas.
- Passados alguns minutos, o sujeito lá inserido é desintegrado, sobrando apenas a pele de seu corpo.

Isso tudo acontece em boa parte deste filme. Até Laura começar a gostar da ideia de "ser humana". Mas ao pedir ajuda à um homem, que conhece por acaso, a extraterrestre descobre que, apesar de aparentar ser uma mulher, havia 'limitações' em sua estrutura. Bom, o final não vale à pena contar.

O longa peca (e muito) pelo bizarro, limitando a atriz de "Os Vingadores" e "Lucy" à uma personagem quase sem falas e com ações previsíveis.

Isso assusta. Sabe por quê?

Simplesmente porque podem haver centenas de mulheres e homens na Terra que são como Laura: belos por dentro e totalmente vazios por dentro.

sábado, 22 de novembro de 2014

Boyhood - Da Infância à Juventude (2014)

As várias transformações do garoto Manson

Tudo na vida para ser diferente tem de ser único, simples assim! Ok, todos nós somos únicos, em alguma coisa. Porém, o que difere uma pessoa das outras são as experimentações pelas quais ela passou. E, falando em experimentações, o diretor norte-americano Richard Linklater fez algo inédito na história do cinema: contou a história, da infância até a juventude, como diz o título do filme, de um garoto (Manson).

"haha e isso é inédito?" Sim, é. Não por contar a história de um menino, mas por utilizar o mesmo ator (Ellar Coltrane) do início ao fim. Em Boyhood, são contados 12 anos da vida de Manson, praticamente o mesmo tempo para o longa ser finalizado. Algo interessante é que os pais e a irmã do personagem principal também são interpretados pelos mesmos atores (Patricia ArquetteEthan Hawke e  Lorelei Linklater, respectivamente), nas quase três horas de duração.

"Poxa, 3 horas? Deve ser cansativo" É, a vida cansa a gente, não é mesmo? O que se deve levar em conta é que Ellar não tinha experiência nenhuma na "telona" quando as filmagens iniciaram, mas já, nos primeiros diálogos, vemos sua personalidade sendo impressa no papel do pequeno Manson.

Quanto à atuação dos outros atores principais:
Patrícia Arquette - Consegue levar bem o papel de mãe solteira de duas crianças. Nada muito destacável, mas suficiente para a personagem.
Ethan Hawke - Como pai de Manson, pouco lhe é exigido (já que o personagem não faz muita coisa da vida mesmo rs)
Lorelei Linklater - Demonstra boa sintonia com Ellar. Até nos faz comprar que eles são realmente irmãos. Boa aposta do papai diretor.

Por fim, creio que o que  Linklater fez em "Boyhood" foi algo como "As histórias longas são sempre contadas com um ator substituindo o outro, conforme o personagem vai envelhecendo. Por que não contar uma história com o mesmo ator?", ou seja, ator e personagem quase se confundem. O maior desafio provavelmente seja que, assim como Manson, Ellar também passou por transformações (principalmente na adolescência) e isso poderia interferir no desenrolar das gravações. Para nossa sorte, isso não aconteceu.